quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Do acaso a você

Já te escrevi um soneto sem razão
sem motivos para minha ilusão
já fiz de tudo pra poder te encontrar
e mesmo longe não deixei de te amar

Vivo a pensar que te perdi por um segundo
mas minha vida é bem maior do que seu mundo
em seus abraços me perco da solidão
meu maior erro foi ouvir meu coração

Era fechado, complicado dizer não
seguramente eu estendi a minha mão
mas é que agora já não sei o que fazer
é melhor mesmo eu apenas esquecer

E tudo que eu quis foi apenas entender
tentar mostrar a todos que fiz por merecer
agora perto de ti, fico sem porquê
por que o acaso me levou até você?


Se me trocar eu não sei mais do que viver
eu prometi que não tentaria entender
de que me vale a vida sem o teu saber
inutilmente iludida por você.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Se eu fugir, se eu pensar em correr na direção contrária, fecha o meu sinal, atropela a minha insanidade. Contraria a minha lei de sempre errar o caminho. Se por acaso ou burrice eu for para o outro lado, me faça voltar. Porque eu quero, eu sempre quero voltar, é que às vezes me falta saber, e só.
(me diz que você vai entender todas as loucuras e os medos que eu finjo não ter.)

Senti-me frustrado, tudo me derrotava. Eu começava a ficar deprimido. Minha vida não estava indo para lugar algum. Precisava de alguma coisa, o brilho das luzes, glamour, alguma porra. Me sentia esquisito. Como se nada tivesse importância. O jogo me cansava. Eu perdera a garra. A existência não era apenas absurda, era simplesmente trabalho pesado. Pense em quantas vezes a gente veste as roupas de baixo em toda a vida. Era surpreendente, era repugnante, era estúpido.

Charles Bukowski.

sábado, 20 de julho de 2013

Meus dizeres

Diz que a escrita é murcha porque não se soube compreender o sentimento do autor.
Diz que a vida é bela mas certamente não derrapou sobre as pedras do caminho.
Diz que o mato é seco e que ainda é cedo para amar novamente.
Diz que nada mais te inspira, mas a raiva que te grita que transborda tua escrita.
Diz que não tem calma e não se perde a alma.
Me diz o que você quer..

O depoimento do pássaro decaído

Eu não quero temer, eu quero poder sentir a brisa leve no meu rosto, me fazendo sentir frio, sentir medo, aquele medo bom de refúgio, de afago, de esperança. Quero o dinheiro suficiente para viver bem e jogar o mundo pro alto quando eu pensar em desistir outra vez. Me referir ao canto dos pássaros quando me perguntarem qual foi a mais bela canção já ouvida por mim e, cada vez mais, invejar toda e qualquer grandeza do mar. Pensar e inutilmente agir, mas o pior dos pesares é deixar de sonhar, deixar de entender que toda força material pode ser aprendida e assim todos nós reaprendêssemos a andar.
Me entristecer pela força da palavra e pela forma que se é dita, me engrandecer pelo suspiro que dou para poder responder a todas elas. 
Querer adorar as estrelas, as feias, as malditas invenções feitas e meus amores desfeitos..
Me deixa voar, me deixa ir embora.
A angústia de quem vive parte e deixa as sobras do que um dia já foi belo, que um dia era brilhante e que agora se desviou.. e foi. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Só, zinho

Só sente dor quem teme a morte, o desprezo e a angústia do vazio, de se sentir só.

#1

Tomou minhas dores, me levou aos céus e me mostrou um novo mundo, fez tantas coisas que não cabem no meu pensamento e muito menos em um papel A4. Fez muito por mim que se esqueceu que o mais importante da vida era não se importar com tão pouco.